Título: Papel do Imunoproteassoma no Dano Muscular Induzido por Alfavírus Artriogênicos
Aluno: Rômulo Leão Silva Neris
Orientador(es): Profa. Iranaia Assunção Miranda
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Mayaro e Chikungunya são membros da família Togaviridae, do gênero alphavirus. Enquanto o Mayaro está restrito à região da bacia Amazônica, Chikungunya circula em todo o globo com surtos principalmente nas regiões tropicais (de maior abundância do vetor). Desde sua introdução no Brasil em 2015, houveram mais de 600 mil casos prováveis em todo o território nacional. Mayaro e Chikungunya causam uma doença febril aguda, auto-limitada, caracterizada por cansaço, astenia, febre, eritema e intensa dor articular e muscular com comprometimento motor. Nessas doenças, após a resolução do quadro febril, 7-14 dias após o início dos sintomas, há cronificação da dor articular e muscular na maioria dos indivíduos por anos após o fim da viremia. Os mecanismos de cronificação da miosite durante essas infecções ainda não foi totalmente elucidado, mas achados sugerem semelhança com miopatias inflamatórias autoimunes. Em biópsias de músculo de ambos os casos encontramos níveis elevados de IFNγ e TNF, bem como um elevado número de macrófagos, linfócitos CD8+ e desarranjo da estrutura muscular acompanhada de atrofia. Em miopatias autoimunes, o complexo imunoproteassoma (IP) desempenha um papel chave na desregulação da homeostase proteica e subsequente ativação de células do infiltrado muscular. Sabe-se que em modelo murino de CHIKV, transcritos de subunidades do IP permanecem elevadas por um longo período no tecido muscular. Neste trabalho avaliamos o envolvimento da expressão e atividade do IP na miosite causada por MAYV e CHIKV. Animais infectados apresentam aumento da expressão dos componentes do IP de maneira concomitante com o aumento da viremia e o bloqueio farmacológico de β1i aumenta a carga viral no tecido bem como reduz a sobrevivência dos animais, enquanto β5i está associada ao controle do edema de pata. Em modelo celular macrófagos são capazes de modular a expressão de IP ao serem expostos à MAYV e CHIKV, mas não são suscetíveis à infecção. Adicionalmente, apesar de mioblastos e miotubos serem suscetíveis à infecção por CHIKV e MAYV, apenas mioblastos são capazes de regular positivamente a expressão do IP ao serem estimulados com IFNγ. Essas células são fundamentais para a formação de novas fibras no tecido lesionado pela infecção, e aqui demonstramos que a sua sobrevivência durante a infecção depende diretamente da atividade de IP. Juntos, esses resultados sugerem que o IP pode ser uma estrutura fundamental na busca de estratégias para a compreensão e tratamento da inflamação crônica causada por alfavírus.
Palavras-chave: Alfavirus; Chikungunya; Mayaro; Miosite; Imunoproteassoma
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Ubiquitinated protein aggregates, known as ALIS, are transiently formed in different cell types in response to oxidative stress, starvation and a variety of microbial products, such as LPS. Other proteins, like p62, are also located in these structures and involved in their formation and targeting to autophagy. Another protein located in ALIS is LC3, which is involved in their autophagic degradation. However, the role of ALIS is still far from being fully understood and there is little knowledge about the mechanisms of ALIS induction during an infection context by bacterial pathogens, especially gram-positive bacteria, like Listeria monocytogenes. In this study, we demonstrate ALIS formation upon BMDMs infection by L. monocytogenes wild-type and listeriolisin O (LLO) knockout, which shows a compromised escape from the internalization vacuole to the cytosol. However, we demonstrate that, unlike the wild-type strain, ALIS induction by the LLO-deficient strain is ROS-dependent and its formation occurs at later time-points, suggesting that ALIS induction by this strain occurs through a different signaling pathway. Another mechanism that plays a role in innate immunity and is involved in the defense against L. monocytogenes infection is xenophagy. Macrophages and fibroblasts infection with this bacteria triggers xenophagy in these cells. Due to divergences in the Listeria xenophagy literature and the differences between cell types, bacterial growth conditions and Listeria strains used in different studies, we characterized L. monocytogenes xenophagy in different cell types and compared the xenophagy between wild-type and ActA deficient strain, whose escape from xenophagy is compromised. We conclude that: the profile of xenophagy induction or not, varies according to the cell model; the temperature of L. monocytogenes growth can impact the recognition of the bacteria by autophagic machinery; and L. monocytogenes expressing ActA leads to less recognition of the bacteria by the autophagic machinery in RAW 264.7 and MEFs cells. In addition, little is known about the molecular mechanisms involved in this process, which is important for controlling bacterium replication. p62 UBA domain phosphorylation of the S409 residue, promoted by ULK1, leads to an increased affinity of p62 for ubiquitinated proteins. Here, we demonstrate that ULK1 and the phosphorylation of p62 S409 residue are involved in the process of Listeria recognition by p62 and ubiquitin in infected MEFs. Thus, ULK1 and the phosphorylation of p62 S409 residue may be involved and assist L. monocytogenes xenophagy.
Keywords: Alfavirus; Chikungunya; Mayaro; myositis; Imunoproteasome